segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Lula, o filho do Brasil.

Bom, aqui quem vos fala é uma “convidada” Meu nome é Laura Ribeiro, e eu fiz essa critica para o Filmow. Por algum motivo perguntei a Mona depois que fiz se poderia postar ela aqui, e como ela corajosamente me disse sim, aqui vamos nós. Agradeço desde já os que tiverem coragem de ir até o fim. ;D
Bom, vamos lá. Fui ao cinema com uma expectativa alta, e outra baixa. Alta, por ser esquerdista e apaixonada pelo Lula, queria muito que o filme desse certo. Baixa, pelas criticas que tinha lido. Assim que começa, o que logo me chama a atenção é a música. Eu gostei. Lula nasce, o tempo passa. Vemos certas dificuldades como a morte no pau de arara e a questão toda de escrever e ler. É maravilhoso quando o Lula pequeno, 7, 8 anos dá uma lição de moral no pai, dizendo que 'homem não bate em mulhe'. O tempo passa, e Lula passa por tds as fases que qualquer um daquela época passou. A procura do curso profissionalizante, o emprego, os namoricos. Logo vem os eventos que o caracterizaram como tal. Casou-se com Lurdes, mulher que gostava desde adolescente. Grávida, ao dar a luz ela morre junto com o filho. Lula, para não enlouquecer então, finalmente entra no sindicato dos metalúrgicos, depois de tanto tempo de insistência por parte de pessoas próximas. Faz isso com a desculpa de encher a cabeça com outras coisas. Quem não sabia ainda, vai se surpreender com o Lula do começo, que dizia que não se metia em sindicatos. É inevitável os olhos se encherem de água, quando ele faz seu 1o. discurso mesmo, logo depois do casamento com Marisa. Mais inevitável ainda são as lagrimas que vêem depois, quando há milhares no estádio, gritando o seu nome, esperando pela sua liderança. É algo incrível.
Logo depois então, quando os militares entram em ação, e as cenas do filme se misturam com imagens reais, você chora mais ainda ao recordar daquelas pessoas, cujas muitas foram torturadas, mutiladas, assassinadas, enlouquecidas, tiveram suas vidas destruídas, simplesmente por que acreditavam em um país livre, cujos direitos simples como a liberdade de ir e vir, de ter suas opiniões manifestadas, e o simples - porem poderoso - ato de votar eram essências. E você se lembra a quantidade de adultos, jovens, idosos, que tem a coragem de jogar fora esse bem tão precioso, que milhares sofreram, pagaram um preço alto, para termos hoje. Mas isso é outra historia.
Voltando ao filme, logo temos a prisão de Lula, e, como boa parte sabe, é ai então que sua mãe, Dona Lindu, morre. Há então a conhecida saída dele da prisão para o enterro da mãe. Na cena então, outros gritam seu nome, lhe pedem força, e dizem que só voltaram a trabalhar quando Lula for solto. Mais uma vez, a emoção sobe, e você percebe a grandiosidade deste pernambucano. O filme então termina ai, falando um resumo em letras depois do que aconteceu. As eleições perdidas, mas ele fez o que Dona Lindu tanto ensinou para ele durante o filme. Teime. Teime sempre. Não preciso dizer que de novo as lagrimas subiram. E então, mostra finalmente, em 2002, a eleição ganha. Ai, pessoas corajosas que leram até aqui, eu chorei tudo. Ao ver, ao relembrar daquele ano de 2002, a esplanada dos ministérios, do congresso a catedral - quem já esteve lá sabe que é uma boa distância - lotada de pessoas, milhares de pessoas, que lutaram, que sonharam, que acreditaram, que a mudança viria. Ai, como nos vários diálogos do filme, ai, companheiros, eu não me agüentei e a emoção subiu de vez. Ao ver.. Sabe. Quem participou daquela campanha sabe. Quem teve pais que contaram a história sabe. Foi o país inteiro chorando de alegria, por que enfim o sonho tinha se realizado. Na época eu era um pobre criança de recem completados 9 anos, e não entendia nada. Não entendia as musicas que minha mãe colocava no som, não entendia as pessoas que passavem por nós gritando, buzinando, felizes em seus carros, ao ver a tal aclamada estrela vermelha com o 13. Não entendia as pessoas chorando, quando anunciado o resultado. Não entendia por que minha mãe chorava. Mas eu sabia, em algum lugar do meu coração, que uma mudança muito grande estava acontecendo. Um sonho, há muito esperado, enfim se tornava realidade.
Agora, voltando ao filme. As cenas de romance de Lula são legais e bem feitas - isso quem voz fala é uma romântica de carteirinha - com exceção do primeiro beijo dele com Lurdes. Observem o plano de fundo e saberão por que. Gostei da trilha sonora, da representação de coisas como o coríntias, que estava lá... Enfim. Eu gostei do filme. Sei que não tocou nos pontos polêmicos, sei que muitos estão chamando de arma eleitoral, mas quer saber de uma coisa? Quem conhece a historia, sabe o quão sujo jogaram no passado contra nós. Por que nós não podemos usar um simples filme, para contar a história de um nordestino, de um pernambucano, que muitos chamavam de analfabeto, que hoje, simplesmente, conquistou o país, as Américas, e o mundo?

Bem, essa foi minha critica. Agradeço aos que leram até aqui, e espero voltar por aqui outras vezes caso seja autorizada. ;D

(Crítica um pouco atrasada, mas tá valendo.)

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